Percepção ambiental na Educação: uma análise a partir de revisão sistemática de literatura

Abstract

Visto que, nas últimas décadas, o homem estabeleceu uma relação recursista com a natureza, visando somente sustentar o padrão produtivista capitalista, o planeta vem apresentando modificações que implicam, não somente na exaustão dos seus recursos, mas também afetam a qualidade de vida do ser humano, ameaçando o futuro. Diante disso, há uma preocupação mundial em estabelecer práticas que colaborem para a construção de uma sustentabilidade socioambiental, e faz-se necessário o desenvolvimento e aplicação de metodologias educacionais que promovam uma consciência ambiental na população. Corroborando com essa necessidade, a própria população credita na educação a resolução dos problemas ambientais, o que foi constatado em uma pesquisa realizada pelo Ministério de Meio Ambiente intitulada de O que o brasileiro pensa da ecologia, onde está a afirmação “a crença de que a educação é a grande saída é consensual e entusiasticamente defendida por todos” (CRESPO e LEITÃO 1993, p.172). Partindo da premissa da importância do processo de ensino-aprendizagem focado na maior participação do aluno, o objetivo deste trabalho de pesquisa foi realizar uma revisão sistemática da literatura nacional sobre percepção ambiental nas escolas e verificar como esses estudos estão colaborando para o planejamento e desenvolvimento das práticas de educação ambiental no âmbito escolar. O procedimento adotado para conduzir o estudo foi a revisão sistemática de literatura, onde foram coletados artigos científicos na base de Periódicos Capes, e, como resultado dos 125 trabalhos analisados, somente 27 enquadravam-se nos critérios de inclusão estabelecidos, constatando-se que os artigos de estudos de percepção ambiental com público-alvo de não escolares representam 78% da amostra analisada. Os trabalhos foram classificados de acordo com as macrotendências políticas-pedagógicas da educação ambiental no Brasil, seguindo a classificação de Layrargues e Lima (2014), tendo como resultado uma maioria deles podendo ser classificada na tendência Conservacionista, mesmo partindo de referenciais teóricos críticos. Os resultados apontam que os trabalhos de percepção ambiental realizados na escola, em sua maioria, foram estudos teóricos, apenas realizando o levantamento das percepções ambientais dos alunos, apenas 7 trabalhos orientam o desenvolvimento de práticas em educação ambiental. Os 7 estudos primários selecionados como práticos foram reagrupados a partir de uma metodologia de metassíntese qualitativa, organizando em categorias criadas a partir da identificação das principais semelhanças e diferenças.