Análise não destrutiva da qualidade da madeira de Cedrela fissilis Vell. proveniente de restauração florestal no estado de São Paulo

Abstract

A pesquisa foi realizada na Fazenda Sant’Ana do Monte Alegre, localizada no município de Descalvado, São Paulo e seu objetivo foi avaliar a qualidade da madeira do cedro-rosa através de análises não destrutivas e relacionar o seu desenvolvimento à prática de restauração florestal. Selecionaram-se 24 indivíduos de cedro-rosa com 14 anos de idade e estes foram separados em 3 classes diamétricas (árvores com diâmetro menor ou igual a 10 cm, árvores com diâmetro entre 10 e 20 cm de e árvores com diâmetro maior que 20 cm). Foram realizadas análises dendrométricas, de resistografia, de extensometria, tomografia e, com o material obtido através do trado de incremento, foi realizada a densitometria de raios X e a estimativa da densidade básica. Ressalta-se que a tomografia foi realizada nos indivíduos com diâmetro maiores que 20 cm, sendo esta indicação realizada pelo manual do aparelho e por profissionais da área. Os resultados da análise dendrométrica apontaram respectivamente o incremento periódico anual médio de 0,598 cm no diâmetro, 0,264 m na altura e 0,014 m3 no volume em 3 anos. A densidade básica obteve o valor médio de 466,96 kg/m3 e a densidade aparente a 15%, realizada através da microdensitometria de raios-X de 528,5 kg/m3. A microdensitometria estimou com precisão a idade dos indivíduos. A extensometria apresentou valor médio de 0,044 mm de deformação residual longitudinal (relacionada à presença de tensões de crescimento no fuste) e a tomografia apresentou valor médio de propagação de ondas de 539,72 m/s. Somente 2 indivíduos apresentaram considerada variação no estado fitossanitário da madeira. A resistografia apresentou valor médio de amplitudes (resistência percentual apresentada pela madeira em relação à penetração da broca do aparelho) de 10,591% para as três classes diamétricas. Porém evidenciou-se a presença de diferença estatística entre a classe diamétrica I para as classes II e III, possivelmente devido a aumento da dureza do material, presença de tensões e aquecimento da haste do aparelho. Pode-se concluir que a qualidade da madeira da espécie estudada demonstrou potencial para a indústria madeireira a partir das análises não destrutivas realizadas. As classes diamétricas obtiveram diferença estatística significativa somente na resistografia. As metodologias não destrutivas utilizadas demonstraram que algumas podem se correlacionar com as demais análises não destrutivas podendo ser empregadas para o estudo de propriedades físicas, mecânicas e para o desenvolvimento de espécies florestais nativas sem a utilização da amostragem destrutiva.